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Eu ando a escrever um poema (para mim um poema é um livro) sobre a cidade que escolhi para morrer, Porto, há cerca de 7 anos. Sempre que se aproxima Novembro penso assim: é agora. Pois a 23 de Novembro há uma Saturnalia na vida de qualquer poeta, e esse poema precisa de existir apenas para o dia 23 de novembro. Pode ser que 2007 seja o meu ano.
Entretanto fui escrevendo outros poemas (outros livros) e aquele nunca mais o consegui terminar. No entanto, esse poema era o único que eu imaginava ser o meu debut na literatura. Nao aconteceu, coube `a botanica.
Eu tenho grandes delirios com este poema. Uma noite destas sonhei que estava a explicar a alguém como esse poema ia transformar a literatura mundial.
Eu acho agora que o interlocutor desse meu auto-panegirico seria o autor do Diário Docil (nao digo do American Scientist porque o Neo-Realista tem-se portado mal e ainda nao mo trouxe)
Eu- Eu estou a escrever um poema magnifico...
Ele- Conta, conta...
Eu- Vai arrasar com os géneros literários convencionados...
Ele- Sim?
Eu- Nunca se viu
Ele- A sério?
Eu- É um poema, mas tem narrativa. Nao é prosa, mas é poema.
Ele- Será prosa poética?
E eu levei uma bofetada, como quem le a Ofelia.
Mesmo assim, ainda nao acho que o meu poema por fazer seja prosa poética. Como nao acho que o diário de António Gregório seja um punhado de contos. Passos em volta, sim. Nao sei. Ainda sinto o ardor da bofetada.
3 comentários:
... oh e só não uso luvas de boxe porque não dão muito jeito para segurar a caneta. Indispensável é o capacete de ciclista e aquela protecçãozinha dentária - porque nunca sei de onde é que elas chovem.
:)
porquê 23 de novembro? nesse dia faz o meu amor anos...
(ex-amor, ex-amor, oops)
se calhar temos as duas o mesmo amor....
Isso teria piada!
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