às vezes pergunto-me se só tenho este blog para ver se calha algum elogio na caixa postal. E não é que tem calhado?
No entanto, às vezes também encontramos outras coisas na caixa de correio. Recebi hate mail de uma poetisa holandesa que dizia, se eu não prestasse mais atenção à qualidade do meu neerlandês quando escrevo para poetisas holandesas como ela, então o meu futuro literário holandês terminava aqui.
Ainda por cima, a senhora em questão, é sacerdotisa de vodoo.
Acho que vou pôr o e-mail dela na contracapa do livro.
Pelo menos, assim, vou ter uma recensão aniquiladora! Acham que é melhor já fazer as malas?
quinta-feira, 29 de maio de 2008
sábado, 24 de maio de 2008
Trans-artists
Netherlands, Delft, call
Placed: 23 May 2008, Ref T.A. 1552
HET TIJDELIJK VERBLIJF
artist in residence (a.i.r.)
Foundation id11 has immediately three ordinary houses temporary available for artists. Two houses are for two guest artists (for live and work) and a third house we want to use for temporary exhibitions and projects. In this house artists are invited to make art on location or in relation with the neighborhood. The art made in all the three houses will be connected to the project hier&daar in the end of August.
From August 25 until August 31 foundation id11 will present the project hier&daar. The project hier&daar will take place at the ‘free space' of 38CC in Bacinol, Delft with an exhibition of work made in artist residencies; made abroad and in the Netherlands. An evening will be organized for artists (visual-, music-, performing arts, etc.) and others who like to be informed about experiences and possibilities of artist residencies. Besides that an expert meeting takes place to study the possibilities of realizing an artist residency in Delft.
The three houses are in a one street close to each other. They are in a good state and in walking distance from shopping centre De Hoven Passage in Delft. The temporary houses are easy to reach by public transport. The houses are directly available and will be demolished in September 2008. The minimum duration of stay in the a.i.r. houses is one month. For the these two houses we ask a contribution of 100, - per house per month, for publicity- and organization costs.
Have an idea?
React now!
E-mail: id11@rolinanell.nl
Placed: 23 May 2008, Ref T.A. 1552
HET TIJDELIJK VERBLIJF
artist in residence (a.i.r.)
Foundation id11 has immediately three ordinary houses temporary available for artists. Two houses are for two guest artists (for live and work) and a third house we want to use for temporary exhibitions and projects. In this house artists are invited to make art on location or in relation with the neighborhood. The art made in all the three houses will be connected to the project hier&daar in the end of August.
From August 25 until August 31 foundation id11 will present the project hier&daar. The project hier&daar will take place at the ‘free space' of 38CC in Bacinol, Delft with an exhibition of work made in artist residencies; made abroad and in the Netherlands. An evening will be organized for artists (visual-, music-, performing arts, etc.) and others who like to be informed about experiences and possibilities of artist residencies. Besides that an expert meeting takes place to study the possibilities of realizing an artist residency in Delft.
The three houses are in a one street close to each other. They are in a good state and in walking distance from shopping centre De Hoven Passage in Delft. The temporary houses are easy to reach by public transport. The houses are directly available and will be demolished in September 2008. The minimum duration of stay in the a.i.r. houses is one month. For the these two houses we ask a contribution of 100, - per house per month, for publicity- and organization costs.
Have an idea?
React now!
E-mail: id11@rolinanell.nl
Paleógrafo/a Precisa-se (isto é mesmo a sério)
Descrição do Trabalho:
Transcrição de uma vita de 170 páginas português setecentista numa versão paleográfica.
Requisitos
1. Paciência
2. Atenção
3. perfeccionismo
4. Tendências obsessivas para encontrar a palavra que se esconde na cali-cacografia
Oferece-se
1. Pagamento por página (a negociar consoante experiência/ conhecimento/ dedicação)
2. Colaboração (como estudante-assistente) na edição científica do texto.
Regalias
É bom para o cv de qualquer paleógrafo ou amante de literatura desconhecida!
Pode fazer a partir de casa (ou vir para aqui para Holanda. Só alojamento é que está incluido)
Por favor contactar p251617&rug.nl (com carta de apresentação e um contacto de referência)
Transcrição de uma vita de 170 páginas português setecentista numa versão paleográfica.
Requisitos
1. Paciência
2. Atenção
3. perfeccionismo
4. Tendências obsessivas para encontrar a palavra que se esconde na cali-cacografia
Oferece-se
1. Pagamento por página (a negociar consoante experiência/ conhecimento/ dedicação)
2. Colaboração (como estudante-assistente) na edição científica do texto.
Regalias
É bom para o cv de qualquer paleógrafo ou amante de literatura desconhecida!
Pode fazer a partir de casa (ou vir para aqui para Holanda. Só alojamento é que está incluido)
Por favor contactar p251617&rug.nl (com carta de apresentação e um contacto de referência)
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Moço, podia trazer-me um cafezinho para esta mesa junto à janela com vista sobre os canais holandeses? Já agora com o seu endereço de e-mail no saquinho de açucar? É que eu queria enviar-lhe um poema de amor para si, em privado, e tinha vergonha de o fazer assim aqui no blogue. Ponha-me p.f. na conta dos seus habituais.
Santa Joana, padroeira dos cafés do Porto e arrabaldes.
Santa Joana, padroeira dos cafés do Porto e arrabaldes.
terça-feira, 20 de maio de 2008
TRATADO DE BOTÂNICA SEGUNDO BREVITAS RACHMANINOVIANA
Método Duvidoso II
"Alguma vez faremos amor?" - interrogam as orquídeas, plantas herbáceas perenes, monocotiledóneas, terrestres e saprófitas, mas nunca parasitas verdadeiras, que são o teu regaço.
Joana Serrado, Tratado de Botânica, ed. quasi, 2006.
notas do pn:
orquídea - testículo + suf. idea
saprófitas - plantas podres
monocotiledóneas - subcl. de pl. angiospérmicas, caract. por embrião provido de um só cotil., raiz fasciculada, caule atravessado por feixes condutores fechados, folhas invaginantes com nervação paralelinérvia e flores trímeras
angiospérmicas - vaso + semente
fasciculada - feixe pequeno, pequeno tufo de pêlos ou cabelos
invaginante - capaz de envolver (total ou parcialmente) o entrenó
trímera - constituída por três partes
entrenó - espaço entre dois nós consecutivos do caule das plantas
caule - haste, parte alongada do eixo de uma planta que nasce acima da raiz, cresce em direcção oposta a esta, suporta as folhas e estabelece a comunicação entre elas e a raiz, para a circulação da seiva
seiva - saliva, alento, vigor
regaço- der. de regaçar, recolher, cova que a roupa faz entre os joelhos e a cintura de quem está sentado
Paulo Neto
"Alguma vez faremos amor?" - interrogam as orquídeas, plantas herbáceas perenes, monocotiledóneas, terrestres e saprófitas, mas nunca parasitas verdadeiras, que são o teu regaço.
Joana Serrado, Tratado de Botânica, ed. quasi, 2006.
notas do pn:
orquídea - testículo + suf. idea
saprófitas - plantas podres
monocotiledóneas - subcl. de pl. angiospérmicas, caract. por embrião provido de um só cotil., raiz fasciculada, caule atravessado por feixes condutores fechados, folhas invaginantes com nervação paralelinérvia e flores trímeras
angiospérmicas - vaso + semente
fasciculada - feixe pequeno, pequeno tufo de pêlos ou cabelos
invaginante - capaz de envolver (total ou parcialmente) o entrenó
trímera - constituída por três partes
entrenó - espaço entre dois nós consecutivos do caule das plantas
caule - haste, parte alongada do eixo de uma planta que nasce acima da raiz, cresce em direcção oposta a esta, suporta as folhas e estabelece a comunicação entre elas e a raiz, para a circulação da seiva
seiva - saliva, alento, vigor
regaço- der. de regaçar, recolher, cova que a roupa faz entre os joelhos e a cintura de quem está sentado
Paulo Neto
domingo, 18 de maio de 2008
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Ser errante
Apresentei um projecto, quinze minutos antes do prazo terminar, a outra bolsa artística (eu sei que devia estar a estudar mais, mas não resisto a estas tentações) e cometi a proeza de dar erros "de meia noite" em três línguas: inglês, neerlandês e alemão. Como vocês já sabem a minha performance em português, acho que sou mesmo uma moça coerente. Erro em todas as línguas.
Retrato de Erro, artista sueco
Retrato de Erro, artista sueco
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Ciclo Menstrual da Noite
Próxima Leitura Obrigatória:
Da Maestrina Alice.
(e é com muita honra que eu vou declamar um poema na apresentçao, na Casa Abel salazar, em Matosinhos, no sábado!)
Da Maestrina Alice.
(e é com muita honra que eu vou declamar um poema na apresentçao, na Casa Abel salazar, em Matosinhos, no sábado!)
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Emparedada/Uit de Muur
Klompen / Socos
Klompen/ Socos
Klompen/ Socos: tamancos, chinelas de pau, tb. acto de toque fisico, agressivo, da /tua, minha/ mao na / minha, tua/ face
Klompen
Gostava de te dizer como são os meus passos que me afastam de ti.
Como não vivo para ti, nem escrevo para ti.
Como não penso no meu amor, nem te amo em pensamento.
Como não te vejo nos lugares onde nunca estivemos juntos.
Como tu não me pisas quando me obrigas a seguir os teus passos,
ou como não me calcas quando descalças os pés às leonores
que bebem da tua fonte.
Como caminho firme e confiante pelos prados holandeses, entre as vacas e a lama,
e me afasto cada vez mais de ti.
Como os meus passos se afastam dos teus passos, correndo para longe, longe,
esperando que o mundo seja realmente redondo, e não plano,
e possa, um dia, chegar às tuas costas, tapar os teus olhos e dizer-te
mijn thuisland is niet meer mijn taal.
Socos
Ik wilde je zeggen hoe mijn stappen zijn die mij van je verwijderen.
Hoe ik niet leef voor jou, niet eens schrijf voor jou.
Hoe ik niet denk aan mijn liefde en je evenmin bemin in gedachten.
Hoe ik je niet zie op de plaatsen waar we nooit samen waren.
Hoe je me niet vertrapt wanneer je me dwingt je stappen te volgen,
of hoe je me niet plet wanneer je de schoenen uittrekt
van de leonoors die drinken uit jouw bron.
Hoe ik ferm en vol vertrouwen door de Nederlandse weiden loop,
tussen koeien en modder, en me steeds verder van je verwijder.
Hoe mijn stappen zich verwijderen van jouw stappen, rennend naar de verre verten,in de hoop dat de wereld werkelijk rond is, en niet plat,
en dat ik op een dag achter je sta, mijn handen op je ogen leg en zeg
a minha pátria já não é a minha língua.
Joana Serrado, Emparedada/ Uit de Muur, Uitgeverij de Passage, 2009, p. 32, 33
Klompen
Gostava de te dizer como são os meus passos que me afastam de ti.
Como não vivo para ti, nem escrevo para ti.
Como não penso no meu amor, nem te amo em pensamento.
Como não te vejo nos lugares onde nunca estivemos juntos.
Como tu não me pisas quando me obrigas a seguir os teus passos,
ou como não me calcas quando descalças os pés às leonores
que bebem da tua fonte.
Como caminho firme e confiante pelos prados holandeses, entre as vacas e a lama,
e me afasto cada vez mais de ti.
Como os meus passos se afastam dos teus passos, correndo para longe, longe,
esperando que o mundo seja realmente redondo, e não plano,
e possa, um dia, chegar às tuas costas, tapar os teus olhos e dizer-te
mijn thuisland is niet meer mijn taal.
Socos
Ik wilde je zeggen hoe mijn stappen zijn die mij van je verwijderen.
Hoe ik niet leef voor jou, niet eens schrijf voor jou.
Hoe ik niet denk aan mijn liefde en je evenmin bemin in gedachten.
Hoe ik je niet zie op de plaatsen waar we nooit samen waren.
Hoe je me niet vertrapt wanneer je me dwingt je stappen te volgen,
of hoe je me niet plet wanneer je de schoenen uittrekt
van de leonoors die drinken uit jouw bron.
Hoe ik ferm en vol vertrouwen door de Nederlandse weiden loop,
tussen koeien en modder, en me steeds verder van je verwijder.
Hoe mijn stappen zich verwijderen van jouw stappen, rennend naar de verre verten,in de hoop dat de wereld werkelijk rond is, en niet plat,
en dat ik op een dag achter je sta, mijn handen op je ogen leg en zeg
a minha pátria já não é a minha língua.
Joana Serrado, Emparedada/ Uit de Muur, Uitgeverij de Passage, 2009, p. 32, 33
A minha pátria não é a minha língua
In Nederland wil ik sterven,
En in de natte grond bederven
Joana Slauerhoff