Preciso de Flores!

Estão guardadas na Quasi


sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Ecriture Feminine aplicada a Miguel Marques

Depois de vir do cabeleireiro onde descobriram finalmente que tenho caracóis e antes de fechar a ligaçao à internet até terça-feira para acabar de uma vez por todas o capitulo "Political Mysticism in Early Modern Iberian Peninsula", deixo-vos só com mais uma consideração filosófica:

Descobri um blog, arrastada nao sei por quem, cuja autoria é um moço que lê Thomas Bernhard. Acho que não preciso de continuar. Eu também o li, quando tive de fazer talassoterapia. O Thomas Bernhard veio no pacote.

De uma maneira obtusa, ele cultiva aquilo que Helene Cixous chamou de écriture fèminine. Em New French Feminisms, Elain Marks (edt) define como a escrita da "jouissance"

This pleasure, when attributed to a woman, is considered to be of a different order from the pleasure that is represented within the male libidinal economy often described in terms of the capitalist gain and profit motive. Women's jouissance carries with it the notion of fluidity, diffusion, duration. It is a kind of potlatch in the world of orgasms, a giving, expending, dispensing of pleasure without concern about ends or closure. (P. 36,
plain n. 8)


O que e que isto tem a ver com o Miguel Marques?
É que este menino e moço também almeja a jouissance, embora, como disse, de um modo obtuso (e a única palavra que consigo encontrar...hoje estou mesmo fraquinha dos meus novos caracóis).

O resultado da sua peculiar écriture feminine (que já Molly, ventríloco de Joyce, apregoava) é que a mim (mas com outras pode ser diferente) me deixa frígida. (E olha que isso é uma tarefa dificil para quem vive de mistica e Cantico dos Canticos)

Agora só não sei se é por eu ser uma feminista ortodoxa ou uma puritana recalcada.

Eu não sabia que havia coisas destas na internet. Nem sei como a minha faculdade não proibe esse site.

Desculpe lá, ó doutor, este é o contibuto, o mal maior que consigo generosamente oferecer (sem nada reclamar) à sua vida sexual.

Dos Líquidos

Devo dizer com orgulho que ja tive este poeta a dormir (e ressonar) na minha sala (sim, sala) depois de uma magnifica discussão politica, terminada com uma francesinha no Café novo, e que tivemos até de chamar a policia porque esta senhora que vos escreve esqueceu-se das chaves dentro de casa.
O A. Pedro dizia - calma, calma. Devia ser dos efeitos do molho picante das francesinhas...Este poema deu um grande salto, Pedro. Parabéns.



"Um Poeta a Mijar" é o título do novo livro de A. Pedro Ribeiro, publicado pela Corpos Editora. O livro vai ser lançado dia 7 de Dezembro, sexta, pelas 22, 30 horas no bar Blá Blá, em Matosinhos. "Um Poeta a Mijar" situa-se entre o surrealismo, o dadá e o beatnick, entre a mulher e os bares, entre o palco e a loucura. "Um Poeta a Mijar" sucede a "Saloon" (Edições Mortas, 2007), "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro" (2006), "Sexo, Noitadas e Rock n' Roll" (2004), "Á Mesa do Homem Só. Estórias" (2001) e a "Gritos. Murmúrios" (1988).

António Pedro Ribeiro.
tel. 229270069.


BORBOLETAS


PEDRO RIBEIRO + FERNANDA PEREIRA


Borboletas na Internet disquete cassete sai e mete na Rosete que nos submete e promete ceias de Natal à entrada do centro comercial à saída do Telejornal cacetete tête-à-tête confidencial dá-me a tua morada a tua namorada o teu portal envia-me um postal uma queca no matagal uma mulher fatal e diz aos putos para parar com o cagaçal não me trates mal não me ponhas mole, ó Amaral.
Chiclete na net orgia na retrete revista coquete croquetes amor de trotinete atómica supersónica harmónica filarmónica filantrópica psicotrópica Mónica, volta aos meus braços aos meus cansaços aos meus bagaços aos meus palhaços em pedaços laços estilhaços calhamaços caracóis duquesa de Góis rouxinóis prato de rissóis cachecóis em Cascais aos casais jornais informais ais aias saias sais minerais saque no cais de embarque um traque no Iraque tic-tac xeque-mate Camarate serrote garrote pote pichote Senhora do Ó tende piedade do Tó que anda metido no pó Aniki-bobó às quartas-feiras dentro das eiras dentro das freiras dentro das frieiras na àgua das torneiras no universo dos Pereiras das colmeias e das onomatopeias ah já dá cá cara de amenduá meu xará vem cá saravá em Dakar junto ao mar
recomeçar dar as cartas cavalgar inventar assassinar penar pinar reinar alcatroar albatroz fêmea feroz fêmea atroz fêmea atrás fêmea com gás que leva e traz prazeres em ruínas suíças preguiças tesão que não sobe mulher que fode mulher que pede e escraviza e sodomiza Torre de Pisa rio Tamisa camisa falsa alça alce alface vegetal tribunal Cabral ao comité central ministros no bacanal com o teu soutien acampado na Lousã no comício do Louçã na casca da maçã a anciã masturba-se turva-se lava-se conserva-se foda-se! Latas de sardinhas minhas campainhas picuinhas lingrinhas xoninhas xanax pentax de alcoolemia cloreto de Eufémia mezinhas da Roménia Ofélia à janela Hamlet dentro dela omelete de cabidela cidadela sitiada aguarela sentinela ao relento rebento em movimento sedento sebento sardento sargento lá dentro whisky alento talento.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Ser para

O Bruno perguntou-me se eu existia mais se ele fizesse uma critica literária à minha Botânica. A resposta é óbvia. Eu não existo sem vocês. Eu acho mesmo que não existo. Quando consigo escrever (o que raramente acontece) e por escrever entendo o momento mágico que os meus olhos traduzem a cor em som do sentido do mundo essa existência, em si tão extática, faz-me dar uma cambalhota, um mergulho no mar revolto de Porto Moniz à Meia Noite de Novembro. Mas essa existência e intermediada pelas nuvens que nos acompanham. As nuvens são tão fortes que por vezes uma nuvem instala-se mesmo por cima da minha cabeça, e não me larga. Nessa altura têm de vocês ter comigo. Eu não me sei mexer. E és tu que sopras para a minha testa e a bruma que me cegava desfaz-se e eu consigo finalmente rever a pedra donde me atirava para o mar.

Sim, Bruno, preciso da tua critica literária, fazes-me existir mais. Como precisei dos apontamentos do HappyandBleeding ao meu "Amor Geral" antes de o deixar voar. Mas antes do Happyandbleeding teve o Francisco Bairrão de me ter dado a ler Alice Oswald para me mostrar como posso crescer. E uma menina Limão que me apresentou ao mundo. Por isso ela continua no 'filme'da minha apresentação. Não foi censurada, cortada, metamorfoseada. Por isso mesmo, também não posso por on-line a minha alegria a distribuir flores. Gostava de vos mostrar como também posso ser bela e feliz, e foi nesse momento, com a Limão e a Tangerina ao meu redor. E sendo eu bela e feliz,
toda a gente pode ser bela e feliz.


Depois encontrei uma Salomé que me arrancou a cabeça com as suas danças arrasadoras. E a Menina-Canudos veio dar-me vitaminas e a menina Tóxica Hepburn, a verdadeira Especialista da Botânica, injectou-me o seu aval cientifico para continuar. Já vos falei da Ana desalmada que, ao procurar a sua alma, também prometeu encontrar a minha? E a Ana Filipa, sem-abrigo cybernético, que apareceu e nunca mais voltou?

E de repente todos vocês me fazem uma poetisa. Houve uma menina que transformou a cor da minha vida, com tonalidades e cores, aquela que é a que é, agora, e até um menino, buscador da perfeiçao das coisas, me fez sonhar, uma noite, que eu era vendedora de sapatos.

Sim, gostava de vender sapatos. Os pés sao mais importantes que as mãos. Deixam-me andar. fazem-me andar. As mãos, para que servem as mãos? Nos meus pes está tudo escrito. Por isso nao uso cremes na cara, apenas nos pés. Os meus pés cheiram a menta. Têm calos na palma do pé, o dedo grande é mesmo grande, e o mindinho e tão mindinho que tem uma unha quase de bébe. Os meus calos não são tão rijos que não se desfaçam com pedra-pomes mas também não são tão moles que desapareçam por completo. Os calos lembram-me as objectos que pisei,sem os destruir, e como sobrevivi sem me deixar, no entanto, insensibilizar. É do dedo pequenino que eu consigo conjugar a palavra amar, e do dedão a palavra a amor. Os substantivos são tão terríveis, não são? Felizmente há um super-lego que corrige as minhas próprias declinações.

E neste caminho (de regresso, de partida), nao me esqueci de ninguém, pois nao? Só ninguém, uma árvore abandonada, me mostra a mim, botanista amadora, o caminho para o Porto, embora eu ache que os meus pés têm de andar tanto para chegar ao lugar de onde parti.

Nao me esqueci de mencionar mais nenhum companheiro de infortúnio, pois não? Das bofetadas dóceis que eu recebo de vez em quando. Segundo o technorati, vocês autorizam-me a escrever. Significa que nos meus mergulhos no vazio, vocês puxar-me-ão por um braço, por um pé (até, com algum esforço, por uma coxa), não me deixando naufragar.

E de repente, Bruno, já que esse é o teu nome, e Joana também é apenas o meu nome, sim, existo mais. Sou-para ti. Sou-para todos. Sou-para ninguém.


Porto Moniz

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Poesia na Fundacao casa de Alorna




Recebi este mail. Nao vou estar em Lisboa por esta altura. Sera que algum/a de voces poderia dar lá uma saltadinha ver se estes jardineiros aristocratas cuidam bem da minha Botanica? Sabiam que a Marquesa de Alorna tambem tem uma Botanica? Politica? As coisas que eu aprendo na Holanda...




14 de Dezembro de 2007 (sexta-feira)

Palácio Fronteira



RECITAL DE POESIA DE 2006
E

JANTAR COM POESIA A MOTE



19h00 – RECITAL DE POEMAS PUBLICADOS EM 2006 DE AUTORES COM MENOS DE 50 ANOS



Leitura: Antónia Brandão

Fernando Mascarenhas e

Pedro Sena-Lino.





Comentários: Pedro Sena-Lino.



P oemas de: Afonso de Melo, Alexandre Nave, A Pinto Ribeiro, Catarina Nunes de Almeida, Fernando de Castro Branco, Frederico Mira George, Henrique Dinis da Gama, Joana Serrado, João Habitualmente, João Pedro Mésseder, João Rios, Jorge Melícias, Jorge Reis-Sá, José Félix Duque, José Rui Teixeira, Luís Adriano Carlos, Manuel de Freitas, Paula Gândara, Pedro Sena-Lino, Pedro Teixeira Neves, Rui Lage e valter hugo mãe.



20h00 – JANTAR COM POESIA A MOTE



Poetas convidados: Alexandre Nave, Ana Luísa Amaral (sujeito a confirmação), Jorge Reis Sá, José Félix Duque, Pedro Sena-Lino e Rui Zink.



Preço: Recital de Poesia - Entrada Livre.

Jantar com poesia a mote - 17,50 euros/cada (15 euros/cada "Amigos da Fundação" e Estudantes). Inscrições limitadas. O jantar deverá ser confirmado e pago até ao dia 11 de Dezembro de 2007 às 12h00. As marcações não anuladas depois dessa data são devidas, e para este facto pedimos a vossa compreensão.



A Fundação das Casas de Fronteira e Alorna agradece a disponibilidade e a colaboração de todos os participantes.



Local: Palácio Fronteira, Largo São Domingos de Benfica, 1 - 1500–554 Lisboa.

Telefone: 21 778 45 99 (Assuntos Culturais) Fax: 21 778 03 57

email: fcfa-cultura@netcabo.pt

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Inquerito: Coxas

Round-table acerca de coxas e vestidos com a participaçao desejada de Salomé, a Tangerina, a Ana da Sensaçao, a Toxica Hepburn e a Menina-Canudos.


Meninas. Eu tenho uma duvida metafisica.

Encontrei o vestido mais bonito do mundo. E verde escuro, pinheiro, e tem é uma mistura entre uma deusa romana e uma guerreira viking.
EU AMO O VESTIDO. E olhem que eu nao costumo amar materiais que servem de aquecimento prolongado.
Era mesmo o vestido que eu iria usar para RECUSAR o nobel da literatura...


Só que tenho um problema.
As coxas.

Esse magnifico vestido é mais curto à frente do que atrás. Mostra as pernas gorduchas. Se eu tivesse 8 anos seria a menina mais bonita e rechonchuda da escola. Mas como tenho 28 anos tenho medo que na Faculdade de Teologia nao fique tao bem. E além disso fico sempre com aquela ideia fixa (estao a olhar para as minhas pernas).

O que faço?

a) Levo outro vestido e acabo por aceitar o Nobel.

b) Uso o vestido e lanço uma nova moda de presuntos portugueses.

3) Deixo de comer as queijadas e vou fazer a maratona e só compro o vestido ate conseguir as pernas da Audrey Hepburn.

4) Fico em casa a comer chocolates e a chorar porque as pernas destoam do vestido.

5) Fico em casa a comer chocolates e a chorar porque o vestido destoa das pernas.

6) Arranjo uma burka que assim tenho sempre a certeza que vou ficar bem.


Ganha a opçao que tiver mais votos.
A votaçao é livre.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Eu nao



Pois eu nao gostei.
Tambem nao sou obrigada a gostar do que voces gostam, e o contrário claro.

Claro que é impossivel nao adorar a imagem, o actor, a musica. Ate o suor da camisa dele eu gostei.

Só falha mesmo e a historia (que é adaptaçao das memorias da esposa). Se compararmos com o filme de Gus van Sant sobre os ultimos dias de Kurt Cobain, por exemplo, a densidade de Corbijn fica muito aquém.

Corbijn, amigo, se tirasses a historia, mostrasses apenas as fotos e a musica- isso era (para mim) poesia! Assim vendes-se apenas a ideia: live fast die young.

Se calhar porque a ideia do jovem artista morto me assusta. Que nao se pode tocar na inteira perfeiçao das coisas sem ser avassalado por ela.

Prefiro o exemplo do Herberto que envelhece enclausurado ou o Lou Reed que já com esta idade ainda declama e transforma Edgar Allan Poe.

Ja nao posso amar mais homens que se suicidam. As vezes temos de por um ponto final em certas coisas. O Romantismo tem de acabar. Morrer pela arte, entre os braços de mulheres so é muito giro para a companhia discográfica ou para a Editora.

Estou a ficar reaccionária, devo estar, mas tambem gosto de defender os que sobrevivem.

Amo-te Lou Reed por teres a coragem de sobreviver.
Amo-te Gus van Sant por fazeres arte de arte.
Amo-te Herberto por fazeres 77 anos no dia 23 de Novembro.

E amo-te a ti, Meninalimao, por nos encontrarmos e desencontrarmos nesrte mundo.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Apariçoes da Autora do Tratado de Botanica

19/11- Passar a limpo " O tratado" para ser entregue, por um mensageiro muito especial, ao meu editor.

20/11- Actuação no Open-Podium no café Lente Festina em Amesterdão, com poemas da Botânica (e outros ainda secretos) em português e neerlandês (tradução do Arie Pos)

22/11- Actuação no Open-Podium de Poesia Luister! no Café Pauze, em Groningen, com alguns poemas da primeira parte da Botânica (em português e neerlandês)

23/11 (de noite) terminar o poema interminável do Porto.

23/11- 25/11- Fim-de-semana poético em Moddergat (considerado o sitio mais lindo da Holanda)

06/12- Inauguração da exposição “tratado de Botânica” de Fábio Lopes e “workshop”: Escrever um poema, salvar o mundo na Escola Secundária de Fiaes (organização do Prof. Jorge Miranda)

07/12 – Presença na Gala de Solidariedade Aveiro FM (Aveiro)

11/10- Sessão de apresentação dos vencedores Hendrik de Vriesstipendium no Grand Theater, Groningen. (Participei com um projecto de um livro bilíngue. Só no momento é que se vai saber quem vai ganha. Está tudo em aberto. Espero não chorar (quer por perder quer por ganhar). Seja como for, o meu projecto, este meu poema ainda em gestaçao, mesmo sem este apoio, há-de sobreviver. Já encheu um caderninho de música)


PS: é pena que a Joana Serrado também tenha alguma coisa extra a fazer até dia 5 de Dezembro, como, por exemplo, entregar o relatorio para a FCT, terminar o horrendo primeiro capitulo do contexto histórico do misticismo em Portugal no século XVII, fazer a transcriçao e traduçao para ingles de pelo menos mais 20 páginas do manuscrito, terminar milhares de trabalhos para a cadeira " Quem tem medo de Mister Causabon?"....

Nao é preciso bater `a porta.



a minha Praça

Aqui irei morrer presa pelo olhar de ninguém

terça-feira, 13 de novembro de 2007

O que e um blog? O que é o teu blog? (III)

Uma moça que se diz desalmada respondeu


Foi por isso, foi por dias em que as lágrimas não secavam de modo nenhum, que o meu blog começou a existir. Sempre havia escrito algumas coisas tipicamente adolescentes: um diário, uns poemas, mas nada de especial. Até que, como resultado de um igualmente típico "broken heart", me comecei a refugiar nas palavras. Inicialmente, em bloquinhos que me acompanhavam na solidão colectivas dos transportes púbicos e depois num blog.


Já teria ouvido falar em blogs, mas não usei o meu para aquilo a que estava habituada a ver (normalmente textos de opinião sobre temas dos mais variados), ao invés disso criei um espaço meramente narcisista, onde textos e poemas de costrução modesta se empilhavam num tom confessional que eu desesperadamente necessitava. Depositava-os no blog com uma noção muito vã de partilha mas que simultaneamente apagava a cobardia do dia-a-dia, a minha cobardia em assumir que de vez enquando queria deliberadaente estar triste. No sensação de mundo podia sê-lo sem cansar ninguém, nem a mim.

O blog permitiu-me começar uma sensação que tinha do mundo muito particular, com algo abstracto e de um modo que não fazia sentido para ninguém. Aliás algo que se mantém: ainda hoje aqui se encontram textos indecifráveis para muita gente e o mais divertido é que eu posso, porque quem me lê eu não vejo. O mais divertido é que posso não fazer sentido para ninguém, mas que para mim eu faça, o mais divertido é que todos os textos que se encontram no meu blog me libertaram de alguma forma e ainda conseguiram algo de extraordinario: maner alguns leitores, a maior parte por uma bem-vinda amizade. Acima de tudo o bom é que posso escreer mal porque não preciso de provar nada a ninguém, não preciso de ser nada diferente, não preciso de ser melhor, pois indubitavelmente isto em vai fazer bem.



E assim nasce uma sensação de mundo, que se propõe exactamente a não fazer nada excepto transmitir sensações que eu vivo. Egocentricamente elaborada para que ninguém tenha de gostar e sinceramente comovida quando alguém por aqui passa, porque passou pelo meu blog e por uma arte de mim que pouca gente ou ninguém conhece.



A minha navegação pela blogosfera é perfeitamente justificável com o exemplo do meu dia de hoje: um dia em que tudo o que me apetecia era estar num qulalquer paraíso para os olhos a ouvir uma boa música, quentinha, aconchegada, mas como não posso começo a clicar desenfreadamente e tudo desaparece. A necessidade de viajar desaparece, porque de certa forma fiz pequenas viagens com paragem em alguns apiadeiros chamados posts.



E uma menina cicia nos nossos buzios para irmos até `a meia noite (to)do dia .

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Obra Obscena Adjudicada



contributos obscenos para o desenvolvimento ortografico das poetISAs preguiçosas.

Procura-se Francisco Bairrao (Vivo ou Morto)

Autora do Tratado de Botanica e Outros Secretos procura desesperadamente o seu unico critico literário, desaparecido deste reino (mas nao do meu mundo) há eternidades.


Esta é a ultima (presumivel) fotografia conhecida.



Oferecem-se alvissaras poéticas.


Foto confiscada `a Madrugada

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Ela vem cá

Pois é, ela vem cá. Das 11,30 de amanha até as 13,45 (menos 3 horas para a viagem ate Schipol, portanto, ate `as 8h ) de segunda. é o que dar ser filha de workaholic. Nem se quer vai conseguir ver a plaquinha do meu 245 a dizer dhr. J. Serrado. Se calhar é por isso que eu trabalho tao pouco. A compensaçao das geraçoes.

Depois nao se admire que eu e a minha mana
tambem conhecida por



lhe chamemos, quando estamos juntas




de Maúda.


PS: Esta ultima foto é um versao de uma que a menina limao tem aquando dos seus passeios pelas Espanhas.

Declaraçao de Amor

Ele , Ele, Ele disse-me um dia:

nunca te vou deixar. Só quando estiver a revoluçao em curso.

O que é um blog? O que é o teu blog (II)

Aquela que é - agora - diz

e eu pergunto:
o que sao os teus dias? O teu tempo?
O tempo de Alice

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O ulmeiro de ninguém


in http://dias-com-arvores.blogspot.com/2005/07/o-ulmeiro-da-cordoaria-1.html

[contributos para uma dendrologia da salvaçao]

Entao, és um ulmeiro de coraçao partido?
Amaste porventura
a minha tilia que caiu na Praça
enquanto eu lia
quase em vulcao
a impossibilidade de
beber
as suas folhas liquefeitas
com o herberto e o eugénio
a jogarem xadrez no
meu umbigo?

Quantos aneis rasgaram o teu coraçao?
Quantos circulos contam a tua eternidade?

Se calhar foi no Sena
que deixaste partir a tua alma.

Só sei que tu passas na rua das flores
tragicamente

e eu dedico-me `a botanica
sem saber sem abrir as caixas
e descobrir o género da
cor.

Ninguém gosta de ti, Ulmeiro.

Ulmus,da familia das Ulmaceae
com folhas alternadas, simples
assimétricas
culminando
num ápice.

Talvez
por serem hermafroditas
com flores perfeitas
mas
polinizadas pelo vento

Ninguém gosta de ti, Ulmeiro,

e placidamente aceitas
que um Machado
te tenha serrado
o coraçao.

sábado, 3 de novembro de 2007

Odes

Eu nao queria escrever mais nada antes de terminar a discussao anterior, mas
é impossivel perderem isto.

Nao tenho palavras Salomé. Fico sem cabeça.



in photobucket.com

O que é um blog? O que é o teu blog?

Reflexão Filosófica a partir do blog meninalimao.


(Dedicado a Margaret, Saturnine, Bruno, Ana, HappyandBleeding e a quem se quiser juntar)


Propositiones

Primo:
O meu blog nao é um diário. (menina Limao)

Secundo:
Alguém que me lê e eu não vejo.(Ana)


Tertio:
Guardar o belo
(grande urgência)
do demais banalizado.
(margaret)


Quarto (para ti guardei o quarto, naturalmente)
by happyandbleeding


Quinto:
us people are just poems (saturnine)


Sex(t)o :
(terceiro e sexto do Bruno b.C.)
li numa revista francesa de outubro de 1941 que era preciso morrer de amor sete vezes para poder 'viver de amor'.(...)mas, joana, já ouviste algum dos meus silêncios? e os seus tempos? ora, que sabes também tu dos autores (dos comentários)?;


Septimo:

se não tivessemos blogues
não sei o que estaríamos a fazer
agora que nele escrevo
e nele me estão a ler
enquanto outros nos seus escrevem
e que daqui a bocado
vou ler.

enfim, não a mesma
mas uma outra
merda de sempre.

se não tivessemos blogues
eu não diria merda
com tanto à vontade.
é que não sou rapariga
para tanto.
[ Ode ao Blog num cicio de Salomé]

Comentário


Aviso
Vou fazer a minha análise filosofico-escolastica destas proposicoes, infelizmente, aos pedacinhos, por motivos "profissionais"... Obrigada pelas vossas (re)accoes. Assim vale a pena bloggar
.

Emparedada/Uit de Muur

Emparedada/Uit de Muur
Um ciclo de poemas portugueses e neerlandeses

Klompen / Socos


Klompen/ Socos

Klompen/ Socos: tamancos, chinelas de pau, tb. acto de toque fisico, agressivo, da /tua, minha/ mao na / minha, tua/ face

Klompen


Gostava de te dizer como são os meus passos que me afastam de ti.
Como não vivo para ti, nem escrevo para ti.

Como não penso no meu amor, nem te amo em pensamento.

Como não te vejo nos lugares onde nunca estivemos juntos.

Como tu não me pisas quando me obrigas a seguir os teus passos,
ou como não me calcas quando descalças os pés às leonores
que bebem da tua fonte.

Como caminho firme e confiante pelos prados holandeses, entre as vacas e a lama,
e me afasto cada vez mais de ti.

Como os meus passos se afastam dos teus passos, correndo para longe, longe,
esperando que o mundo seja realmente redondo, e não plano,
e possa, um dia, chegar às tuas costas, tapar os teus olhos e dizer-te
mijn thuisland is niet meer mijn taal.


Socos


Ik wilde je zeggen hoe mijn stappen zijn die mij van je verwijderen.

Hoe ik niet leef voor jou, niet eens schrijf voor jou.

Hoe ik niet denk aan mijn liefde en je evenmin bemin in gedachten.

Hoe ik je niet zie op de plaatsen waar we nooit samen waren.

Hoe je me niet vertrapt wanneer je me dwingt je stappen te volgen,
of hoe je me niet plet wanneer je de schoenen uittrekt
van de leonoors die drinken uit jouw bron.

Hoe ik ferm en vol vertrouwen door de Nederlandse weiden loop,
tussen koeien en modder, en me steeds verder van je verwijder.

Hoe mijn stappen zich verwijderen van jouw stappen, rennend naar de verre verten,in de hoop dat de wereld werkelijk rond is, en niet plat,
en dat ik op een dag achter je sta, mijn handen op je ogen leg en zeg
a minha pátria já não é a minha língua.


Joana Serrado, Emparedada/ Uit de Muur, Uitgeverij de Passage, 2009, p. 32, 33

A minha pátria não é a minha língua