Preciso de Flores!

Estão guardadas na Quasi


terça-feira, 20 de novembro de 2007

Eu nao



Pois eu nao gostei.
Tambem nao sou obrigada a gostar do que voces gostam, e o contrário claro.

Claro que é impossivel nao adorar a imagem, o actor, a musica. Ate o suor da camisa dele eu gostei.

Só falha mesmo e a historia (que é adaptaçao das memorias da esposa). Se compararmos com o filme de Gus van Sant sobre os ultimos dias de Kurt Cobain, por exemplo, a densidade de Corbijn fica muito aquém.

Corbijn, amigo, se tirasses a historia, mostrasses apenas as fotos e a musica- isso era (para mim) poesia! Assim vendes-se apenas a ideia: live fast die young.

Se calhar porque a ideia do jovem artista morto me assusta. Que nao se pode tocar na inteira perfeiçao das coisas sem ser avassalado por ela.

Prefiro o exemplo do Herberto que envelhece enclausurado ou o Lou Reed que já com esta idade ainda declama e transforma Edgar Allan Poe.

Ja nao posso amar mais homens que se suicidam. As vezes temos de por um ponto final em certas coisas. O Romantismo tem de acabar. Morrer pela arte, entre os braços de mulheres so é muito giro para a companhia discográfica ou para a Editora.

Estou a ficar reaccionária, devo estar, mas tambem gosto de defender os que sobrevivem.

Amo-te Lou Reed por teres a coragem de sobreviver.
Amo-te Gus van Sant por fazeres arte de arte.
Amo-te Herberto por fazeres 77 anos no dia 23 de Novembro.

E amo-te a ti, Meninalimao, por nos encontrarmos e desencontrarmos nesrte mundo.

Emparedada/Uit de Muur

Emparedada/Uit de Muur
Um ciclo de poemas portugueses e neerlandeses

Klompen / Socos


Klompen/ Socos

Klompen/ Socos: tamancos, chinelas de pau, tb. acto de toque fisico, agressivo, da /tua, minha/ mao na / minha, tua/ face

Klompen


Gostava de te dizer como são os meus passos que me afastam de ti.
Como não vivo para ti, nem escrevo para ti.

Como não penso no meu amor, nem te amo em pensamento.

Como não te vejo nos lugares onde nunca estivemos juntos.

Como tu não me pisas quando me obrigas a seguir os teus passos,
ou como não me calcas quando descalças os pés às leonores
que bebem da tua fonte.

Como caminho firme e confiante pelos prados holandeses, entre as vacas e a lama,
e me afasto cada vez mais de ti.

Como os meus passos se afastam dos teus passos, correndo para longe, longe,
esperando que o mundo seja realmente redondo, e não plano,
e possa, um dia, chegar às tuas costas, tapar os teus olhos e dizer-te
mijn thuisland is niet meer mijn taal.


Socos


Ik wilde je zeggen hoe mijn stappen zijn die mij van je verwijderen.

Hoe ik niet leef voor jou, niet eens schrijf voor jou.

Hoe ik niet denk aan mijn liefde en je evenmin bemin in gedachten.

Hoe ik je niet zie op de plaatsen waar we nooit samen waren.

Hoe je me niet vertrapt wanneer je me dwingt je stappen te volgen,
of hoe je me niet plet wanneer je de schoenen uittrekt
van de leonoors die drinken uit jouw bron.

Hoe ik ferm en vol vertrouwen door de Nederlandse weiden loop,
tussen koeien en modder, en me steeds verder van je verwijder.

Hoe mijn stappen zich verwijderen van jouw stappen, rennend naar de verre verten,in de hoop dat de wereld werkelijk rond is, en niet plat,
en dat ik op een dag achter je sta, mijn handen op je ogen leg en zeg
a minha pátria já não é a minha língua.


Joana Serrado, Emparedada/ Uit de Muur, Uitgeverij de Passage, 2009, p. 32, 33

A minha pátria não é a minha língua