Depois de vir do cabeleireiro onde descobriram finalmente que tenho caracóis e antes de fechar a ligaçao à internet até terça-feira para acabar de uma vez por todas o capitulo "Political Mysticism in Early Modern Iberian Peninsula", deixo-vos só com mais uma consideração filosófica:
Descobri um blog, arrastada nao sei por quem, cuja autoria é um moço que lê Thomas Bernhard. Acho que não preciso de continuar. Eu também o li, quando tive de fazer talassoterapia. O Thomas Bernhard veio no pacote.
De uma maneira obtusa, ele cultiva aquilo que Helene Cixous chamou de écriture fèminine. Em New French Feminisms, Elain Marks (edt) define como a escrita da "jouissance"
This pleasure, when attributed to a woman, is considered to be of a different order from the pleasure that is represented within the male libidinal economy often described in terms of the capitalist gain and profit motive. Women's jouissance carries with it the notion of fluidity, diffusion, duration. It is a kind of potlatch in the world of orgasms, a giving, expending, dispensing of pleasure without concern about ends or closure. (P. 36,
plain n. 8)
O que e que isto tem a ver com o Miguel Marques?
É que este menino e moço também almeja a jouissance, embora, como disse, de um modo obtuso (e a única palavra que consigo encontrar...hoje estou mesmo fraquinha dos meus novos caracóis).
O resultado da sua peculiar écriture feminine (que já Molly, ventríloco de Joyce, apregoava) é que a mim (mas com outras pode ser diferente) me deixa frígida. (E olha que isso é uma tarefa dificil para quem vive de mistica e Cantico dos Canticos)
Agora só não sei se é por eu ser uma feminista ortodoxa ou uma puritana recalcada.
Eu não sabia que havia coisas destas na internet. Nem sei como a minha faculdade não proibe esse site.
Desculpe lá, ó doutor, este é o contibuto, o mal maior que consigo generosamente oferecer (sem nada reclamar) à sua vida sexual.
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
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Emparedada/Uit de Muur
Klompen / Socos
Klompen/ Socos
Klompen/ Socos: tamancos, chinelas de pau, tb. acto de toque fisico, agressivo, da /tua, minha/ mao na / minha, tua/ face
Klompen
Gostava de te dizer como são os meus passos que me afastam de ti.
Como não vivo para ti, nem escrevo para ti.
Como não penso no meu amor, nem te amo em pensamento.
Como não te vejo nos lugares onde nunca estivemos juntos.
Como tu não me pisas quando me obrigas a seguir os teus passos,
ou como não me calcas quando descalças os pés às leonores
que bebem da tua fonte.
Como caminho firme e confiante pelos prados holandeses, entre as vacas e a lama,
e me afasto cada vez mais de ti.
Como os meus passos se afastam dos teus passos, correndo para longe, longe,
esperando que o mundo seja realmente redondo, e não plano,
e possa, um dia, chegar às tuas costas, tapar os teus olhos e dizer-te
mijn thuisland is niet meer mijn taal.
Socos
Ik wilde je zeggen hoe mijn stappen zijn die mij van je verwijderen.
Hoe ik niet leef voor jou, niet eens schrijf voor jou.
Hoe ik niet denk aan mijn liefde en je evenmin bemin in gedachten.
Hoe ik je niet zie op de plaatsen waar we nooit samen waren.
Hoe je me niet vertrapt wanneer je me dwingt je stappen te volgen,
of hoe je me niet plet wanneer je de schoenen uittrekt
van de leonoors die drinken uit jouw bron.
Hoe ik ferm en vol vertrouwen door de Nederlandse weiden loop,
tussen koeien en modder, en me steeds verder van je verwijder.
Hoe mijn stappen zich verwijderen van jouw stappen, rennend naar de verre verten,in de hoop dat de wereld werkelijk rond is, en niet plat,
en dat ik op een dag achter je sta, mijn handen op je ogen leg en zeg
a minha pátria já não é a minha língua.
Joana Serrado, Emparedada/ Uit de Muur, Uitgeverij de Passage, 2009, p. 32, 33
Klompen
Gostava de te dizer como são os meus passos que me afastam de ti.
Como não vivo para ti, nem escrevo para ti.
Como não penso no meu amor, nem te amo em pensamento.
Como não te vejo nos lugares onde nunca estivemos juntos.
Como tu não me pisas quando me obrigas a seguir os teus passos,
ou como não me calcas quando descalças os pés às leonores
que bebem da tua fonte.
Como caminho firme e confiante pelos prados holandeses, entre as vacas e a lama,
e me afasto cada vez mais de ti.
Como os meus passos se afastam dos teus passos, correndo para longe, longe,
esperando que o mundo seja realmente redondo, e não plano,
e possa, um dia, chegar às tuas costas, tapar os teus olhos e dizer-te
mijn thuisland is niet meer mijn taal.
Socos
Ik wilde je zeggen hoe mijn stappen zijn die mij van je verwijderen.
Hoe ik niet leef voor jou, niet eens schrijf voor jou.
Hoe ik niet denk aan mijn liefde en je evenmin bemin in gedachten.
Hoe ik je niet zie op de plaatsen waar we nooit samen waren.
Hoe je me niet vertrapt wanneer je me dwingt je stappen te volgen,
of hoe je me niet plet wanneer je de schoenen uittrekt
van de leonoors die drinken uit jouw bron.
Hoe ik ferm en vol vertrouwen door de Nederlandse weiden loop,
tussen koeien en modder, en me steeds verder van je verwijder.
Hoe mijn stappen zich verwijderen van jouw stappen, rennend naar de verre verten,in de hoop dat de wereld werkelijk rond is, en niet plat,
en dat ik op een dag achter je sta, mijn handen op je ogen leg en zeg
a minha pátria já não é a minha língua.
Joana Serrado, Emparedada/ Uit de Muur, Uitgeverij de Passage, 2009, p. 32, 33
A minha pátria não é a minha língua
In Nederland wil ik sterven,
En in de natte grond bederven
Joana Slauerhoff
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