Sim, Bruno, preciso da tua critica literária, fazes-me existir mais. Como precisei dos apontamentos do HappyandBleeding ao meu "Amor Geral" antes de o deixar voar. Mas antes do Happyandbleeding teve o Francisco Bairrão de me ter dado a ler Alice Oswald para me mostrar como posso crescer. E uma menina Limão que me apresentou ao mundo. Por isso ela continua no 'filme'da minha apresentação. Não foi censurada, cortada, metamorfoseada. Por isso mesmo, também não posso por on-line a minha alegria a distribuir flores. Gostava de vos mostrar como também posso ser bela e feliz, e foi nesse momento, com a Limão e a Tangerina ao meu redor. E sendo eu bela e feliz,
toda a gente pode ser bela e feliz.
Depois encontrei uma Salomé que me arrancou a cabeça com as suas danças arrasadoras. E a Menina-Canudos veio dar-me vitaminas e a menina Tóxica Hepburn, a verdadeira Especialista da Botânica, injectou-me o seu aval cientifico para continuar. Já vos falei da Ana desalmada que, ao procurar a sua alma, também prometeu encontrar a minha? E a Ana Filipa, sem-abrigo cybernético, que apareceu e nunca mais voltou?
E de repente todos vocês me fazem uma poetisa. Houve uma menina que transformou a cor da minha vida, com tonalidades e cores, aquela que é a que é, agora, e até um menino, buscador da perfeiçao das coisas, me fez sonhar, uma noite, que eu era vendedora de sapatos.
Sim, gostava de vender sapatos. Os pés sao mais importantes que as mãos. Deixam-me andar. fazem-me andar. As mãos, para que servem as mãos? Nos meus pes está tudo escrito. Por isso nao uso cremes na cara, apenas nos pés. Os meus pés cheiram a menta. Têm calos na palma do pé, o dedo grande é mesmo grande, e o mindinho e tão mindinho que tem uma unha quase de bébe. Os meus calos não são tão rijos que não se desfaçam com pedra-pomes mas também não são tão moles que desapareçam por completo. Os calos lembram-me as objectos que pisei,sem os destruir, e como sobrevivi sem me deixar, no entanto, insensibilizar. É do dedo pequenino que eu consigo conjugar a palavra amar, e do dedão a palavra a amor. Os substantivos são tão terríveis, não são? Felizmente há um super-lego que corrige as minhas próprias declinações.
E neste caminho (de regresso, de partida), nao me esqueci de ninguém, pois nao? Só ninguém, uma árvore abandonada, me mostra a mim, botanista amadora, o caminho para o Porto, embora eu ache que os meus pés têm de andar tanto para chegar ao lugar de onde parti.
Nao me esqueci de mencionar mais nenhum companheiro de infortúnio, pois não? Das bofetadas dóceis que eu recebo de vez em quando. Segundo o technorati, vocês autorizam-me a escrever. Significa que nos meus mergulhos no vazio, vocês puxar-me-ão por um braço, por um pé (até, com algum esforço, por uma coxa), não me deixando naufragar.
E de repente, Bruno, já que esse é o teu nome, e Joana também é apenas o meu nome, sim, existo mais. Sou-para ti. Sou-para todos. Sou-para ninguém.
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Porto Moniz
5 comentários:
és tão bonita, minha nossa senhora das agrelas. :D
Sao os teus olhos que irradiam beleza.
oh. menina botânica bonita mais linda de todas.
;)bjo tóxico*
já começo a acreditar!!!!
Ja ando intoxicada com a vossa beleza.
e ainda bem que és :)*
que a mim me vitaminas :P
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