Preciso de Flores!

Estão guardadas na Quasi


sexta-feira, 16 de maio de 2008

Ser errante

Apresentei um projecto, quinze minutos antes do prazo terminar, a outra bolsa artística (eu sei que devia estar a estudar mais, mas não resisto a estas tentações) e cometi a proeza de dar erros "de meia noite" em três línguas: inglês, neerlandês e alemão. Como vocês já sabem a minha performance em português, acho que sou mesmo uma moça coerente. Erro em todas as línguas.


Retrato de Erro, artista sueco

4 comentários:

pn disse...

Não será de todo grave dar erros --basta seguir le nouvel accord (assim, em galês) -- (transgredir a norma?), SE... à meia noute, Cinderélica hora.
Nem façanhuda proeza.
Eu não dou.
Não sendo por convicção, mas só porque a minha terapeuta de estética decretou que é morfiana hora da apolínea beleza.
Empreendimento assaz complicado (esse SIM!) é a competência de transgressão nessas línguas exoticamente raras e distantes.
Isso é suma obra!

Joana Serrado disse...

Obrigada pelo teu apoio. Espero que o júri pense como tu, daqui a outo (sic) dias saberei . Sentimos a tua douta falta na apresentação da Alice. Um beijinho.

pn disse...

Mas... não estive em 'anima'???

(Não me digas que o malandro do espírito que mandei, se baldou à tarefa de me representar condignamente, e de apresentar minhas humílimas homenagens à gloriosa plêiade?!)

(Calme-toi! Só um júri de parvos apopléticos, flatulentos e ganzados Te recusa!)

pn disse...

251...

Emparedada/Uit de Muur

Emparedada/Uit de Muur
Um ciclo de poemas portugueses e neerlandeses

Klompen / Socos


Klompen/ Socos

Klompen/ Socos: tamancos, chinelas de pau, tb. acto de toque fisico, agressivo, da /tua, minha/ mao na / minha, tua/ face

Klompen


Gostava de te dizer como são os meus passos que me afastam de ti.
Como não vivo para ti, nem escrevo para ti.

Como não penso no meu amor, nem te amo em pensamento.

Como não te vejo nos lugares onde nunca estivemos juntos.

Como tu não me pisas quando me obrigas a seguir os teus passos,
ou como não me calcas quando descalças os pés às leonores
que bebem da tua fonte.

Como caminho firme e confiante pelos prados holandeses, entre as vacas e a lama,
e me afasto cada vez mais de ti.

Como os meus passos se afastam dos teus passos, correndo para longe, longe,
esperando que o mundo seja realmente redondo, e não plano,
e possa, um dia, chegar às tuas costas, tapar os teus olhos e dizer-te
mijn thuisland is niet meer mijn taal.


Socos


Ik wilde je zeggen hoe mijn stappen zijn die mij van je verwijderen.

Hoe ik niet leef voor jou, niet eens schrijf voor jou.

Hoe ik niet denk aan mijn liefde en je evenmin bemin in gedachten.

Hoe ik je niet zie op de plaatsen waar we nooit samen waren.

Hoe je me niet vertrapt wanneer je me dwingt je stappen te volgen,
of hoe je me niet plet wanneer je de schoenen uittrekt
van de leonoors die drinken uit jouw bron.

Hoe ik ferm en vol vertrouwen door de Nederlandse weiden loop,
tussen koeien en modder, en me steeds verder van je verwijder.

Hoe mijn stappen zich verwijderen van jouw stappen, rennend naar de verre verten,in de hoop dat de wereld werkelijk rond is, en niet plat,
en dat ik op een dag achter je sta, mijn handen op je ogen leg en zeg
a minha pátria já não é a minha língua.


Joana Serrado, Emparedada/ Uit de Muur, Uitgeverij de Passage, 2009, p. 32, 33

A minha pátria não é a minha língua