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Se a minha Ciência deixasse de ser vegetal e se ressuscitasse numa pauta, numa escala diatónica, com dó móvel, seria eu certamente uma música de cowboys: entre o country e os blues.
Primeiro, porque as minhas flores são do campo.
Adiante, porque procuro sempre o azul.
Este conhecimento, esta hipótese agora tese incontestada, foi descoberta por João Blake (um género especial de dizer as palavras).
Foi isto que se passou numa noite de Abril, colhida aqui.
Podem ouvir a voz dele, com a alma da Botânica (as flores dos homens rudes do Oeste).
Nesse momento, tudo faz sentido e sinto que fiz algo especial.
São nestes pequenos momentos que sinto orgulho do que escrevi.
Ou então dos momentos que as Alices me descobrem, e eu descubro as Alices. Uma secreta, leitora secreta, que também ela conhece a arte da botânica conimbricense (e me aliciou com doçuras conventuais) e a Alice, alice revelação, que nos dirige numa acta para violino. Ela perguntou-me se eu não fiquei contente com o prémio literário, e a partir de aí, tudo começou. Fiquei devastada com a obra bloguíca dela. A tradução, as cartas (e nessas cartas revivi todos os verdadeiros sonhos literários: a resposta impossível à obra)
Se calhar por isso fico toda orgulhosa quando recebo um aceno de um leitor. Uma escrita casual, casuística, nos caderninhos que ambos escrevemos. Ou os virus que um certo breve rachmaninov me manda (nos comentários aos meus/ nossos poemas).
E de repente vieram muitas saudades do Happy e da Salomé, de quem tenho descurado. Vá lá confiar numa D. Juana. É desta que nos encontramos? Com ou sem Chevrolet? Em cima de uma Figueira?
Seja como for, o joão Blake ensinou-me que as minhas flores só são de Inverno.
( e a primavera, a primavera? ...)
Tenho andada afastada deste mundo porque tenho tido epifanias avassaladoras, e estou a escrever uma Epopeia. Até agora acho que é a melhor coisa do mundo. Quando chegar o momento em que for a pior coisa do mundo, então, o HappyandBleeding vai roubar-ma debaixo da travesseira e, na sua Bicicleta Amarela, levá-la-à a Famalicão.
Prometeste-me.
Despeço-me. Até Breve. Às próximas flores de Inverno.
8 comentários:
também tenho muitas saudades tuas, d. juana epopeica*
Foi uma hora inesquecível que o João Blake nos permitiu ouvir e partilhar. Passos vários da tua Botânica em Flores de Inverno, numa noite especial de Abril...
Soma e segue!
Maúda
esse rachmaninov e os vírus breves...!
que reles!
será possível?
juro, em paz, adquirir um colt 38, tipo clint eastwood, de cano assaz longo (ah, os prolongamentos!) e exterminá-los paulatina e duradoiramente no meio da pradaria, a galope num mustang palomino, trauteando o I'm a lonely poor cow, por entre haustos de poeira ocre...
danado
perdão dos danos!
vou lixiviar o rach.
againagainagain
até ficar com um palor de monja ciliciada, talvez mariana ansiando por nöel bouton (o de chamilly)
obrigado eu, a todo/as vós que escrevem as palavras certas.
dizem-me aqui, baixinho, que as pradarias do wild west escondem flores várias. algumas dóceis, algumas perigosas, algumas carnívoras. todas flores, todas lindas.
faz-se o que se pode, para amenizar a vida e espalhar a alegria triste que nos calhou em sorte.
flores,
joão aka gi aka joão blake
[tantas identidades para um homem só. enfim.]
:)
obrigada de coração, joana. eu nunca pensei que houvesse lugar para mim no teu jardim. fico muito contente por me acolheres assim :)
beijinho grande *
i don't make promisses i can´t keep ;)
querida joana, deixo aqui esta mensagem a pedir-te o favor de responderes aos meus contactos, pois começo a ficar preocupada contigo. espero-te bem. um beijinho.
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