Fui de férias. Com uma máquina fotográfica, uma planta da cidade suja de café e o meu inglês enferrujado. Estava com receio assim, de ser explicitamente turista , já que tenho vivido ultimamente como turista undercover.
Gostava de partilhar convosco algumas dessas breves mas intensas visões (mas ainda pouco percebo de fotografia e inserir aqui é um pesadelo), portanto tenho de esperar pela ajuda da minha irmã de 15 anos (que na realidade é que andava com a máquina).
Estava com medo desta viagem. Será que aguento estar a passear, a ver uma cidade? Com pessoas? Seguir planos, mesmo que elasticizados pela amizade e tolerância (dos outros). Será que não vai ser como a minha última viagem? Que não consegui sair do quarto com Roma a vibrar lá fora?
Numa manhã chuvosa, nós os três lá fomos. Um museu. Guggenheim. Eu preferia o Whitney que tinha uma exposição sobre arte psicadélica, mas lá fomos para o Moma, porque segundo a informação errónea de uma portuguesa encontrada no metro, este abria mais cedo do que o desejado. No entanto, a fila era enorme, e à chuva. O meu mau génio gritou: não vou ficar à espera (não completei: para ver o brilho dos outros, já me fustigo o suficientemente com o meu própio fracasso sem esta, assim, espelhado). E a minha paciente e dedicada corte cedeu ao meu capricho. Fomos para o Guggenheim (e eu que queria o Whitney). A fila era terrivelmente maior. Jamais esperaria para entrar. Mas como a vontade de urinar era superior aos meus ataques de mau-humor (e os quartos de banho dos museu são conhecidos pela sua qualidade), lá aguentei o que havia para aguentar.
O resultado foi estrondoso. Não perdi tempo com a colecção permanente. Não gosto de arte permanente, mas intermitente... Fiquei-me essencialmente pela The Shape of Spaces.
e encontrei o amor da minha vida.
Chama-se Banks Violette (eu até pensei que fosse mulher, no início). Tem uma escultura magnifíca onde associa o metal negro ( mineral) às vibrações orgânicas que o black metal
pretende transmitir e entre ambos, entre o som e a matéria, o sal - a vida.
Para quê perder tempo com os Picassos, os Cezannes e, até mesmo, (ó Poeta, perdoa-me) Mondriaan?
Gostava tanto de vos mostrar uma reprodução daquela instalação mas só consegui arranjar uma parte de outra peça dele, desta feita na Gladstone Gallery que ao contrário do que dizia no guia, está fechada ao sábado.
segunda-feira, 30 de julho de 2007
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Emparedada/Uit de Muur
Klompen / Socos
Klompen/ Socos
Klompen/ Socos: tamancos, chinelas de pau, tb. acto de toque fisico, agressivo, da /tua, minha/ mao na / minha, tua/ face
Klompen
Gostava de te dizer como são os meus passos que me afastam de ti.
Como não vivo para ti, nem escrevo para ti.
Como não penso no meu amor, nem te amo em pensamento.
Como não te vejo nos lugares onde nunca estivemos juntos.
Como tu não me pisas quando me obrigas a seguir os teus passos,
ou como não me calcas quando descalças os pés às leonores
que bebem da tua fonte.
Como caminho firme e confiante pelos prados holandeses, entre as vacas e a lama,
e me afasto cada vez mais de ti.
Como os meus passos se afastam dos teus passos, correndo para longe, longe,
esperando que o mundo seja realmente redondo, e não plano,
e possa, um dia, chegar às tuas costas, tapar os teus olhos e dizer-te
mijn thuisland is niet meer mijn taal.
Socos
Ik wilde je zeggen hoe mijn stappen zijn die mij van je verwijderen.
Hoe ik niet leef voor jou, niet eens schrijf voor jou.
Hoe ik niet denk aan mijn liefde en je evenmin bemin in gedachten.
Hoe ik je niet zie op de plaatsen waar we nooit samen waren.
Hoe je me niet vertrapt wanneer je me dwingt je stappen te volgen,
of hoe je me niet plet wanneer je de schoenen uittrekt
van de leonoors die drinken uit jouw bron.
Hoe ik ferm en vol vertrouwen door de Nederlandse weiden loop,
tussen koeien en modder, en me steeds verder van je verwijder.
Hoe mijn stappen zich verwijderen van jouw stappen, rennend naar de verre verten,in de hoop dat de wereld werkelijk rond is, en niet plat,
en dat ik op een dag achter je sta, mijn handen op je ogen leg en zeg
a minha pátria já não é a minha língua.
Joana Serrado, Emparedada/ Uit de Muur, Uitgeverij de Passage, 2009, p. 32, 33
Klompen
Gostava de te dizer como são os meus passos que me afastam de ti.
Como não vivo para ti, nem escrevo para ti.
Como não penso no meu amor, nem te amo em pensamento.
Como não te vejo nos lugares onde nunca estivemos juntos.
Como tu não me pisas quando me obrigas a seguir os teus passos,
ou como não me calcas quando descalças os pés às leonores
que bebem da tua fonte.
Como caminho firme e confiante pelos prados holandeses, entre as vacas e a lama,
e me afasto cada vez mais de ti.
Como os meus passos se afastam dos teus passos, correndo para longe, longe,
esperando que o mundo seja realmente redondo, e não plano,
e possa, um dia, chegar às tuas costas, tapar os teus olhos e dizer-te
mijn thuisland is niet meer mijn taal.
Socos
Ik wilde je zeggen hoe mijn stappen zijn die mij van je verwijderen.
Hoe ik niet leef voor jou, niet eens schrijf voor jou.
Hoe ik niet denk aan mijn liefde en je evenmin bemin in gedachten.
Hoe ik je niet zie op de plaatsen waar we nooit samen waren.
Hoe je me niet vertrapt wanneer je me dwingt je stappen te volgen,
of hoe je me niet plet wanneer je de schoenen uittrekt
van de leonoors die drinken uit jouw bron.
Hoe ik ferm en vol vertrouwen door de Nederlandse weiden loop,
tussen koeien en modder, en me steeds verder van je verwijder.
Hoe mijn stappen zich verwijderen van jouw stappen, rennend naar de verre verten,in de hoop dat de wereld werkelijk rond is, en niet plat,
en dat ik op een dag achter je sta, mijn handen op je ogen leg en zeg
a minha pátria já não é a minha língua.
Joana Serrado, Emparedada/ Uit de Muur, Uitgeverij de Passage, 2009, p. 32, 33
A minha pátria não é a minha língua
In Nederland wil ik sterven,
En in de natte grond bederven
Joana Slauerhoff
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