Preciso de Flores!

Estão guardadas na Quasi


terça-feira, 4 de dezembro de 2007

http://tripnaarcada.blogspot.com/

MANIFESTO ANTI-TRABALHO DO PARTIDO SURREALISTA SITUACIONISTA LIBERTÁRIO

Estou farto dos velhos
que mandam os malandros trabalhar
estou farto do paleio imbecil
do Governo e da televisão
estou farto das Finanças
e da Segurança Social!
Que se foda o dinheiro!
O Sócrates que vá trabalhar!
Quero passar passar o dia
a escrever poemase a olhar para as gajas.
Estou farto de défices, de percentagens e de economistas!
Estou farto de racionalistas,de analistas e de ponderações!
Estou farto de santas, de seitas
e da moral!Estou farto dos políticos
e das directivas do comité central!
Estou farto do Rocha, do Makukulae do país!
Que se foda o dinheiro!Não quero trabalhar!
Quero passar o dia a escrever poemas
e a olhar para as gajas.

Pelo PARTIDO SURREALISTA SITUACIONISTA LIBERTÁRIO


eu subscrevo. (substituindo só as gajas por os ga(i)jos)

Nao fui a Utrecht dar o bacalhau ao Fradique porque quando cheguei à estação vi que nao tinha dinheiro suficiente . Eram apenas 25 euros (para uma viagem de 1h 40m).
A vida etá a correr-me mal. Até o Miguel Marques deve andar melhor que eu. Nem sequer me mandou os apostrofos. Agora tenho de me contentar com a falta de cedilhas e acentos e voltar a ter pena de mim. Já comprei um bolo de chocolate para me fazer companhia enquanto faço soduku. Voltarei a escrever quando houver um milagre e me tornar outra vez na Santa Joana Princesa.
Até lá, um abraço deste mundo que não é o meu reino.

Emparedada/Uit de Muur

Emparedada/Uit de Muur
Um ciclo de poemas portugueses e neerlandeses

Klompen / Socos


Klompen/ Socos

Klompen/ Socos: tamancos, chinelas de pau, tb. acto de toque fisico, agressivo, da /tua, minha/ mao na / minha, tua/ face

Klompen


Gostava de te dizer como são os meus passos que me afastam de ti.
Como não vivo para ti, nem escrevo para ti.

Como não penso no meu amor, nem te amo em pensamento.

Como não te vejo nos lugares onde nunca estivemos juntos.

Como tu não me pisas quando me obrigas a seguir os teus passos,
ou como não me calcas quando descalças os pés às leonores
que bebem da tua fonte.

Como caminho firme e confiante pelos prados holandeses, entre as vacas e a lama,
e me afasto cada vez mais de ti.

Como os meus passos se afastam dos teus passos, correndo para longe, longe,
esperando que o mundo seja realmente redondo, e não plano,
e possa, um dia, chegar às tuas costas, tapar os teus olhos e dizer-te
mijn thuisland is niet meer mijn taal.


Socos


Ik wilde je zeggen hoe mijn stappen zijn die mij van je verwijderen.

Hoe ik niet leef voor jou, niet eens schrijf voor jou.

Hoe ik niet denk aan mijn liefde en je evenmin bemin in gedachten.

Hoe ik je niet zie op de plaatsen waar we nooit samen waren.

Hoe je me niet vertrapt wanneer je me dwingt je stappen te volgen,
of hoe je me niet plet wanneer je de schoenen uittrekt
van de leonoors die drinken uit jouw bron.

Hoe ik ferm en vol vertrouwen door de Nederlandse weiden loop,
tussen koeien en modder, en me steeds verder van je verwijder.

Hoe mijn stappen zich verwijderen van jouw stappen, rennend naar de verre verten,in de hoop dat de wereld werkelijk rond is, en niet plat,
en dat ik op een dag achter je sta, mijn handen op je ogen leg en zeg
a minha pátria já não é a minha língua.


Joana Serrado, Emparedada/ Uit de Muur, Uitgeverij de Passage, 2009, p. 32, 33

A minha pátria não é a minha língua