Preciso de Flores!

Estão guardadas na Quasi


quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Hoje apetece-me amar alguém para sempre


in photobucket.com


diz-me,
por favor
que és um moço
respeitável
e andrajoso
e eu amar-te-ei para a eternidade


PS talvez porque na minha adolescencia estive seriamente apaixonada por um Faneca

8 comentários:

ninguém disse...

Olá,

Eu, como toda a gente, tenho muitos nomes que visto e dispo conforme as companhias e as circunstâncias, mas quando estou dentro da minha câmara obscura - para melhor me revelar nas fotografias - o meu nome é ninguém. Quanto ao ser, num dia normal eu sou apenas eu, mas num dia bom eu sou eu e sou os outros e sou todasascoisasdomundo.

Bem-vinda a minha casa, Joana. Aparece sempre que quiseres.

Beijinhos e welterusten

Joana Serrado disse...

escrevi-te uma mensagem num teu post antigo...Um desafio

bruno disse...

senhorita botânica, como fiquei com dói-dói com o teu comentário na limão, vim aqui barafustar (a ver se passa).
vou então barafustar, mas com pontos.

ponto um: muito cartesianamente, faço-te reparar que o sofrimento não é do sporting. (eu sou, ele não);

ponto três (tem calma, já vamos ao ponto dois, mas só quando me apetecer): li numa revista francesa de outubro de 1941 que era preciso morrer de amor sete vezes para poder 'viver de amor'. (tenho uma discordância fundada quanto ao número, mas como a minha argumentação usa apenas gestos, não vou poder mostrar-ta aqui);

ponto quatro: de onde eu venho (antes de me sentar ao computador, mais propriamente, da casa de banho. estive a lavar janelas), o sofrimento, para além de ai e ui (eventualmente) usa pouco de palavras, e certamente não usa de parênteses. (e muito menos escreve 'coisas de estilo' como «devo escrever de um fôlego»);

ponto seis (o cinco era a minha mão esquerda): sôbolos rios de babilónia!! (que é como quem diz chiça!!), como foste capaz de perguntar «como é que vocês podem estetizar o sofrimento»? foi aqui, o dói-dói. e aí, pareceu-me, um poucoxinho de 'arrogância de compassividade' (se estes dois termos já foram casados, nunca consumaram. bem feito! e divorciaram-se, segundo sei por uma outra revista especializada em mexericos ético-metafísicos, depois da saída do itenerarium mentis in deum, tu sabes de quem);

ponto dois (cá está, agora apeteceu-me): olá;

ponto seis: é certo que há uma acusmática muito própria neste campo, mas, joana, já ouviste algum dos meus silêncios? e os seus tempos? ora, que sabes também tu dos autores (dos comentários)?;

ponto 3,14 (nunca se deve chegar ao sétimo, em matéria de pontos): literatura não é sintomatologia. e os autores, se sentem as dores do mundo (e 'interrogam as lágrimas das coisas', como dizia o pascoaes), sentem que isso acontece num lugar sem mãos, e antes da voz;

dois pontos: já não dói (aquela tua interrogação, digamos: injusta). tudo barafustadinho. agora podes apagar, e pagar um moscatel.

bruno disse...

como creio (entre outras coisas, ou incoisas) nas surpresas inter-reticulares (mesmo contigo aí, a labutar em gabinetes), apressei-me a vir deixar-te o email (para o encontrares ter-te-ia bastado agilidade na arte do scrolling, e no fundo, um pouco acima do danny schmidt a cantar o this too shall pass, lá estava o gajo), na esperança de que nele indiques em que tasco, aqui em lisboa, me deixaste pago um moscatelzinho..

Joana Serrado disse...

Mas eu sou uma ignorante destas coisas...Nao ves os meus posts? Nem sequer sei o que é scrolling, ve so...so conheco dead sea scrolls, (os manuscritos do amr morto) que os teologos ali do lado estao todos entusiasmados a ler, de resto...


Um abraco

Joana Serrado disse...

corrijo:

manuscritos do mar morto


e nao

Manuscritos do amor morto.


Freud poderia dizer algo mais sobre isto.

Joana Serrado disse...

corrijo? nao esta bem, pois nao???

bruno disse...

ó joana, eu também conheço os manuscritos do mar morto, e outros que tais (ainda não conheço o teu tratado o que é uma merda, em questões de comentários) e nem por isso desconheço (ou por isso) a dita arte (que é a de ir até ao fundo das páginas..).
bom, ontem estava tão filado na tasca que nem me lembrei de deixar o dito email (paperbackcell@gmail.com). continuo crente em surpresas inter-reticulares que envolvam moscatel.

Emparedada/Uit de Muur

Emparedada/Uit de Muur
Um ciclo de poemas portugueses e neerlandeses

Klompen / Socos


Klompen/ Socos

Klompen/ Socos: tamancos, chinelas de pau, tb. acto de toque fisico, agressivo, da /tua, minha/ mao na / minha, tua/ face

Klompen


Gostava de te dizer como são os meus passos que me afastam de ti.
Como não vivo para ti, nem escrevo para ti.

Como não penso no meu amor, nem te amo em pensamento.

Como não te vejo nos lugares onde nunca estivemos juntos.

Como tu não me pisas quando me obrigas a seguir os teus passos,
ou como não me calcas quando descalças os pés às leonores
que bebem da tua fonte.

Como caminho firme e confiante pelos prados holandeses, entre as vacas e a lama,
e me afasto cada vez mais de ti.

Como os meus passos se afastam dos teus passos, correndo para longe, longe,
esperando que o mundo seja realmente redondo, e não plano,
e possa, um dia, chegar às tuas costas, tapar os teus olhos e dizer-te
mijn thuisland is niet meer mijn taal.


Socos


Ik wilde je zeggen hoe mijn stappen zijn die mij van je verwijderen.

Hoe ik niet leef voor jou, niet eens schrijf voor jou.

Hoe ik niet denk aan mijn liefde en je evenmin bemin in gedachten.

Hoe ik je niet zie op de plaatsen waar we nooit samen waren.

Hoe je me niet vertrapt wanneer je me dwingt je stappen te volgen,
of hoe je me niet plet wanneer je de schoenen uittrekt
van de leonoors die drinken uit jouw bron.

Hoe ik ferm en vol vertrouwen door de Nederlandse weiden loop,
tussen koeien en modder, en me steeds verder van je verwijder.

Hoe mijn stappen zich verwijderen van jouw stappen, rennend naar de verre verten,in de hoop dat de wereld werkelijk rond is, en niet plat,
en dat ik op een dag achter je sta, mijn handen op je ogen leg en zeg
a minha pátria já não é a minha língua.


Joana Serrado, Emparedada/ Uit de Muur, Uitgeverij de Passage, 2009, p. 32, 33

A minha pátria não é a minha língua