Preciso de Flores!

Estão guardadas na Quasi


quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Plágio

Hoje o dia não me está a correr bem. Nao consigo avancar na escrita do meu paper que daqui a 6 dias o mundo medieval está à espera de ouvir. Depois descobri que havia outra. Outra Botanica. Anda aí um Senhor Poeta, a desenterrar coisas dos jardins, canteiros que não lhe pertencem. Então não é que apareceu um livro chamado Novos Florilégios. Contributos para uma Botânica Extática.. Ainda por cima, tem uma Mineralogia.

A inveja é um dos pecados mortais, tenho de me convencer disso. Mas enfim, tenho de me reduzir à mortalidade.

O que o salva, claro, é ter publicado um magnifico Livro das Horas .

Ainda reduz um pouco a subjectividade da mulher ao corpo, mas não se poderia esperar outra coisa de uma Botânica não feminista...

E enquanto eu tenho de estar às 21h numa biblioteca desengracada, lá está ele, a viver a minha vida, no Porto.
E eu aqui... e eu aqui....

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Emparedada/Uit de Muur

Emparedada/Uit de Muur
Um ciclo de poemas portugueses e neerlandeses

Klompen / Socos


Klompen/ Socos

Klompen/ Socos: tamancos, chinelas de pau, tb. acto de toque fisico, agressivo, da /tua, minha/ mao na / minha, tua/ face

Klompen


Gostava de te dizer como são os meus passos que me afastam de ti.
Como não vivo para ti, nem escrevo para ti.

Como não penso no meu amor, nem te amo em pensamento.

Como não te vejo nos lugares onde nunca estivemos juntos.

Como tu não me pisas quando me obrigas a seguir os teus passos,
ou como não me calcas quando descalças os pés às leonores
que bebem da tua fonte.

Como caminho firme e confiante pelos prados holandeses, entre as vacas e a lama,
e me afasto cada vez mais de ti.

Como os meus passos se afastam dos teus passos, correndo para longe, longe,
esperando que o mundo seja realmente redondo, e não plano,
e possa, um dia, chegar às tuas costas, tapar os teus olhos e dizer-te
mijn thuisland is niet meer mijn taal.


Socos


Ik wilde je zeggen hoe mijn stappen zijn die mij van je verwijderen.

Hoe ik niet leef voor jou, niet eens schrijf voor jou.

Hoe ik niet denk aan mijn liefde en je evenmin bemin in gedachten.

Hoe ik je niet zie op de plaatsen waar we nooit samen waren.

Hoe je me niet vertrapt wanneer je me dwingt je stappen te volgen,
of hoe je me niet plet wanneer je de schoenen uittrekt
van de leonoors die drinken uit jouw bron.

Hoe ik ferm en vol vertrouwen door de Nederlandse weiden loop,
tussen koeien en modder, en me steeds verder van je verwijder.

Hoe mijn stappen zich verwijderen van jouw stappen, rennend naar de verre verten,in de hoop dat de wereld werkelijk rond is, en niet plat,
en dat ik op een dag achter je sta, mijn handen op je ogen leg en zeg
a minha pátria já não é a minha língua.


Joana Serrado, Emparedada/ Uit de Muur, Uitgeverij de Passage, 2009, p. 32, 33

A minha pátria não é a minha língua