Preciso de Flores!

Estão guardadas na Quasi


quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Tratado do Silêncio segundo Ana Filipa

Pudesse haver um Tratado do Silêncio, o estudo das palavras que ficam por germinar.


Uma leitora agradecida ;]










Agradecimentos:

Agradeço à Fulminância do teu silêncio e ao silêncio do teu Amor.

Tratado de Botânica, Quasi Edicoes


PS: Agradeco esta contribuicao da Ana Filipa, mais um fruto que me encontrou e enviou estas magnificas imagens (sem método científico). Só agora ponho isto on-line, porque, como te deves ter apercebido, tenho andado noutros mundos.
A Ana Filipa baptizou-as como Tratado do Silencio. Ja completei os da menina Toxica e da Menina Limao. Estou a tua espera, Tangerina. Agradeco-vos a todas (e espero que venho alguem do outro sexo, tambem!) pelos vossos contributos para a germinacao.

3 comentários:

Vitor Oliveira Jorge disse...

Estou muito distraído, com certeza, e vejo tudo à pressa... ainda não consegui ler um poema seu!
Vitor
Envie por favor para o meu e-mail.Agradecido. Saio deste seu blogue com uma tal dose de verde, que me apetece ver uns ramos de palavras, algo escuro, nítido, seco, forte, como um ramo espinhoso onde uma pessoa se pica e sai vermelho.

Happy and Bleeding disse...

Boas, Joana

como referi na altura, as fotos não ficaram nada boas. não terá a menina limão fotos de melhor qualidade? bom em todo o caso se ainda assim as quiseres envio-tas, basta que deixes o teu email :)

saturnine disse...

joana, rejoice! que ilustres visitas tens. :)

(desculpa, tenho andado bloqueada, não sei porquê. ando com o Tratado na mala todos os dias. a germinar, digo eu.)

Emparedada/Uit de Muur

Emparedada/Uit de Muur
Um ciclo de poemas portugueses e neerlandeses

Klompen / Socos


Klompen/ Socos

Klompen/ Socos: tamancos, chinelas de pau, tb. acto de toque fisico, agressivo, da /tua, minha/ mao na / minha, tua/ face

Klompen


Gostava de te dizer como são os meus passos que me afastam de ti.
Como não vivo para ti, nem escrevo para ti.

Como não penso no meu amor, nem te amo em pensamento.

Como não te vejo nos lugares onde nunca estivemos juntos.

Como tu não me pisas quando me obrigas a seguir os teus passos,
ou como não me calcas quando descalças os pés às leonores
que bebem da tua fonte.

Como caminho firme e confiante pelos prados holandeses, entre as vacas e a lama,
e me afasto cada vez mais de ti.

Como os meus passos se afastam dos teus passos, correndo para longe, longe,
esperando que o mundo seja realmente redondo, e não plano,
e possa, um dia, chegar às tuas costas, tapar os teus olhos e dizer-te
mijn thuisland is niet meer mijn taal.


Socos


Ik wilde je zeggen hoe mijn stappen zijn die mij van je verwijderen.

Hoe ik niet leef voor jou, niet eens schrijf voor jou.

Hoe ik niet denk aan mijn liefde en je evenmin bemin in gedachten.

Hoe ik je niet zie op de plaatsen waar we nooit samen waren.

Hoe je me niet vertrapt wanneer je me dwingt je stappen te volgen,
of hoe je me niet plet wanneer je de schoenen uittrekt
van de leonoors die drinken uit jouw bron.

Hoe ik ferm en vol vertrouwen door de Nederlandse weiden loop,
tussen koeien en modder, en me steeds verder van je verwijder.

Hoe mijn stappen zich verwijderen van jouw stappen, rennend naar de verre verten,in de hoop dat de wereld werkelijk rond is, en niet plat,
en dat ik op een dag achter je sta, mijn handen op je ogen leg en zeg
a minha pátria já não é a minha língua.


Joana Serrado, Emparedada/ Uit de Muur, Uitgeverij de Passage, 2009, p. 32, 33

A minha pátria não é a minha língua